Ainda no rol de ações estão a recuperação e novas perfurações de poços e a construção de mais cisternas na região
Esta foi a 3ª reunião de governadores, em um ano, em que a seca foi prioridade Foto: Waleska Santiago
Já a principal falha apontada diz respeito à sustentabilidade dos rebanhos. A falta de comida para o gado fez com que grande parte destes rebanhos morresse na região. As ações, portanto, darão reforço nesta esfera produtiva. "Nós sabemos também que devemos não só prorrogar as medidas, mas ampliá-las, introduzir outras e intensificá-las pelo fato de que todas as avaliações - e vai ser feita avaliação aqui sobre as perspectivas para os próximos meses - é que ainda nós teremos um período de estiagem e as chuvas não vão voltar a cair com a intensidade necessária para a recuperação da atividade produtiva aqui na região", analisou Rousseff.
Medidas
Uma das principais demandas dos governadores era de que não houvesse uma quebra na oferta do benefício Garantia Safra, já que o programa de 2012 acabaria em março e o pagamento do de 2013 só teria início em julho próximo.
Dilma assegurou que o programa, que garante de R$ 140 a R$ 155 mensais por família, a partir de agora, será contínuo, até enquanto perdurarem os efeitos da seca. Também desta forma será o Bolsa Estiagem, que permite um benefício de R$ 80 por família, e que terá incorporados mais 361,5 mil beneficiários. Somente no Ceará, 400 mil famílias são contempladas com os dois programas do governo federal.
Dilma assegurou que o programa que garante de R$ 140 a R$ 155 mensais por família continuará enquanto perdurarem os efeitos da seca FOTO: ANTONIO VICELMO
Dilma também anunciou como medida emergencial o aumento da oferta de água na região, através da ampliação em 30% do número de carros-pipa, que passam a 4.746 para 6.170, de recuperação e novas perfurações de poços, construção de mais cisternas na região (para consumo humano e para produção) e reequipamento do Exército, cuja ação na logística dos carros-pipa foi destacada pela presidente, não só pela eficiência, mas por evitar que fosse feito uso político da ação.
"As cisternas de produção são estratégicas nesse momento, que vamos ter de iniciar dois processos, que é salvar os rebanhos existentes e nos preparar para ter de fato uma estrutura mais robusta para não ter a cada seca uma perda de rebanhos como houve desta vez".
Tecnologia
A chefe do Executivo federal defendeu a tecnologia como principal ferramenta de combate aos efeitos da seca. Ele solicitou o apoio das universidades estaduais, dos centros de pesquisa, da Embrapa, para ver alternativas de produção na região. "Todos sabem que, nos últimos dez anos, o Nordeste cresceu muito mais do que o Brasil e que nós não podemos nos dar ao luxo de investir recursos aqui e deixar que eles escorram pelo ralo quando houver seca. A seca é uma realidade, assim como os países das zonas frias convivem com o inverno. Nós vamos conviver com a seca, mas conviver com capacidade de superá-la, preveni-la e superá-la".
SÉRGIO DE SOUSA
REPÓRTER
DN
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