quarta-feira, 26 de junho de 2013

CHEFÕES DO TRÁFICO DECIDEM QUEM VIVE E QUEM DEVE MORRE EM MANAUS

De acordo com depoimentos considerados sigilosos mas disponibilizados em processos abertos no site do Tribunal de Justiça do Amazonas, as últimas execuções de traficantes e assaltantes em Manaus foram decididas em reuniões dos “chefões do tráfico de droga”, onde é traçada a área de atuação de cada um deles e quem são os desafetos que devem morrer.
O mandante, segundo esses depoimentos, é José Roberto Barbosa, o “Zé Roberto da Compensa”, chefe da “Família do Norte”, que mesmo preso em uma em Belém ainda comanda a distribuição e venda de drogas em Manaus.
Nos depoimentos, os depoentes que tiveram os nomes preservados por motivo de segurança, falam de várias execuções, entre elas a de Luiz Alberto Gomes Coelho, o “Bebeto da 14”, executado em fevereiro de 2009ç do filho dele Alessandro Silva Coelho, 28, o “Bebetinho”, em junho de 2008 e do primo dele, Flávio Augusto Coelho dos Santos, 29, o “Flavinho da 14”, executado na manhã do dia 4 de novembro de 2010. Um dos últimos desafetos a desafiar o chefe da FDN, o traficante Frank Oliveira da Silva, o “Frankezinho do 40”, foi retirado do Complexo Penitenciário Anísio Jobim, localizado no quilômetro 8 da BR 174 (Manaus/Boa Vista), onde cumpria pena no semi-aberto e teve o corpo esquartejado, encontrado cerca de 72 horas depois nas águas do Rio Negro.
O assaltante Carlos da Costa Uchôa, o “Tonga”, que teria atraído “Frankzinho” para o cheiro (morte), também acabou sendo morto por integrantes da FDN, que temendo que ele abrisse a boca o esquartejaram. O soldado do tráfico de “Zé Roberto”, Alan de Souza Castimário, o “Nanico”, foi quem, de acordo com um dos depoimentos disponibilizados em processo aberto no Tjam, comandou a morte de Mário Jorge Viana da Silva e José Alberto Rodrigues Fernandes, que também tiveram os corpos esquartejados.
Os dois teriam dado um banho (sumido) com mais de 200 quilos de cocaína de colombianos amigos de “Zé Roberto” e suas execuções determinadas. Os corpos foram esquartejados, dentro de uma casa localizada nas proximidades da rua Belo Horizonte, em outubro de 2009. De acordo com o depoimento, Mário Jorge viu José Alberto ser esquartejado. Mas não confessou aos chefões onde estavam os mais de 200 quilos de cocaína roubados por ele. Como não revelou, sua sentença de morte foi decretada e ele foi esquartejado. As últimas execuções dos traficantes ocorridas em Manaus, de acordo com os depoimentos, todas partiram de “Zé Roberto”, que cumpre pena em uma cadeia em Belém, e Gelson Carnaúba, que está preso em Campo Grande. Eles são os juízes e determinam a eliminação dos concorrentes e daqueles que desobedecem as ordens e os soldados do tráfico os executam.
Assim ocorreu com os irmãos Jacob Jessé, 28, o ‘Jacozinho’, e Joelson Dias França, 26, o ‘Jojoba’, que apesar de trabalharem para o bando, eram suspeitos de executarem a tiros Allan Costa Rodrigues, o “Guga”, no estacionamento do Diamond Center, em maio do ano passado, quando era realizado o evento 'Favela Chic'. Por matarem um dos braços direito de “Zé Roberto”, foram executados 48 horas depois. De acordo com depoimento Jojoba e Jacozinho, foram convidados por Alan Castimário para uma reunião determinada por Zé Roberto. O encontro ocorreu em um posto de gasolina, na avenida do Turismo, onde Jefferson França, o “Jefinho”, irmão das vítimas, viu quando eles embarcaram em uma picape dirigida por “Nanico”, mas antes de saírem deixaram certo que tudo estava bem pois era um encontro de “chefes”. Duas horas depois, “Jefinho” resolveu ligar para “Nanico”, que disse: “ seus irmãos já eram, te entende com o “perturbado”.Os corpos de Jojoba e Jacozinhoforam encontrados na madrugada do dia 7 de maio do ano passado, cerca de 48 horas de eles participarem da execução de “Guga”, em um matagal na Rua 12 do Conjunto Jardim Versailles, zona centro-oeste de Manaus, com dezenas de tiros, os olhos arrancados e várias perfurações de faca pelo corpo. Outro morto por participação na morte de “Guga”, foi o cadeirante Denis Suzano Leite, o “Duda”, assassinado com mais de 50 estocadas no dia 4 de setembro do ano passado no interior do Centro de Detenção Provisória (CDP), localizado no km 8 da BR-174 (Manaus/Boa Vista). Duda era integrantes do grupo criminoso considerado de alta periculosidade e envolvido com tráfico e execuções formado pelos irmãos “Jacozinho”, “Jojoba” e “Jefinho”, todos executados a tiros. Duda foi preso em flagrante no dia 7 de maio, no mesmo dia que encontraram os corpos de Jojoba e Joacozinho. Duda revelou ter participado da execução de Alan Costa Rodrigues, o “Guga” e disse que quem matou os irmãos de Frankezinho do 40, Charles Oliveira da Silva, o “Camarão” e Patrícia Oliveira da Silva, crime ocorrido em dezembro de 2011, também foi morto pelo mesmo bando.Em um outro depoimento também disonibilizado no site do Tjam o interrogado revela ao delegado Divanilson Cavalcanti Júnior ter participado de reuniões dos chefes do tráfico de drogas, que decidiam a respeito das áreas de atuações e execuções de desafetos. O depoente falou ao delegado da morte de Luiz Alberto Gomes Coelho, o “Bebeto da 14”, executado em fevereiro de 2009, por “Gregório” e Alan Castimário, o “Nanico”, que receberam ordens de “Alan Guga. Ele revelou que “Nanico”, “Jacaré” e Gregório, participaram da execução de Alessandro Silva Coelho, 28, o “Bebetinho”, morto a tiros a madrugada do dia 13 de junho de 2008, dentro do carro em que estava na avenida Belmiro Vianez, bairro Alvorada, zona Centro-Oeste. Disse que o primo de “Bebetinho”, Flávio Augusto Coelho dos Santos, 29, o “Flavinho da 14”, executado na manhã do dia 4 de novembro de 2010 com tiros de PT 40, na rua General Glicélio, no bairro Cachoeirinha, foi morto por “Nanico” e “Jojoba”. Em outro depoimento, um depoente revela que “Flavinho” ao saber quem estava por trás da execução do tio (Bebeto da 14) e Bebetinho, fez uma lista com os nomes de Alan Costa, o “Guga”, Alan Castimário, o “Nanico”, Joel França, o “Jojoba”, Jacob França, o “Jacozinho”, Jefferson França, o “Jefinho”, um homem identificado apenas por “Faustão”, José Antônio Ferreira, o “gato Preto”, Orivelton e um colombiano, mas a informação vazou, e Flávio Augusto, foi executado por Nanico e Gregório.



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