sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Hanseníase no Ceará supera média nacional

divider image

O número de novos casos de hanseníase registrados no Brasil em 2011 sofreu uma redução de 15% em relação a 2010. Segundo estudo divulgado ontem pelo Ministério da Saúde, o País teve 30.298 ocorrências da doença no ano passado.

O coeficiente de detecção geral de hanseníase no Brasil é de 15,88 casos por cada 100 mil habitantes. Em 17 estados, entre eles o Ceará, a taxa é pior que a média nacional. O Estado apresenta o coeficiente de 21,65 casos por 100 mil pessoas.
A pior média no Brasil fica no Mato Grosso, com 77,89 casos por 100 mil habitantes. Já a melhor situação é no Rio Grande do Sul, com 1,14 registros.
Considerando apenas a população menor de 15 anos, o Brasil teve 2.192 casos em 2011, conforme o Ministério da Saúde, com taxa de 4,77 casos por 100 mil habitantes.
Entre as crianças e os adolescentes, o Ceará mais uma vez ficou pior do que a média nacional: 4,94 casos por 100 mil pessoas. Outros 12 estados também estão nessa situação, com a situação mais grave em Tocantins, com média de 20,86 casos.
Em números absolutos, o Brasil é o segundo país que mais registra novos casos por ano no mundo, atrás apenas da Índia, que tem cerca de 150 mil novas ocorrências anualmente.
O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, acredita que o Brasil pode alcançar a meta de menos de um caso para cada 10 mil habitantes em 2015 – hoje essa prevalência é de 1,24 ocorrências.
O objetivo seguinte é chegar a esse patamar em todos os Estados brasileiros. Se confirmada a previsão de Barbosa, o Brasil chegaria à meta estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) com 15 anos de atraso.
Segundo Barbosa, o Brasil foi conservador no combate à doença no fim dos anos 80 e início dos 90, sendo um dos últimos países a aderir ao atual tratamento contra a hanseníase. “Atrasamos, já poderíamos estar mais avançados”, diz ele.
Busca ativa
Neste ano, o governo federal pretende reforçar a busca ativa de novos casos, também em escolas, aumentando o diagnóstico de novos casos e garantindo a cura com a continuidade do tratamento.
Municípios considerados prioritários no combate da hanseníase -252 no total- receberam recursos da ordem de R$ 16,5 milhões do governo federal.
” não esperar que a pessoa sinta alguma coisa e venha na unidade de saúde, mas buscar identificar precocemente qualquer mancha que tenha aquela sensação de dormência, que é o sintoma básico”, explica Barbosa.
O Ministério esclarece que a hanseníase têm tratamento e cura. Atualmente, 23.660 pessoas fazem tratamento no País. O processo é coberto de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e dura de 6 meses a 1 ano.
De forma geral, o número de casos vem caindo no Brasil, mas se mantém elevado nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. No Norte, a prevalência para cada 10 mil habitantes é de 3,28. No Centro-Oeste, esse índice é de 3,15. No Nordeste, 1,56.
INCIDÊNCIA
21,6 casos para cada 100 mil habitantes foi o coeficiente de detecção de hanseníase no Ceará em 2011. A taxa nacional é de 15,8 casos por 100 mil habitantes.
Fonte: Diário do Nordeste

Um comentário: