sexta-feira, 24 de julho de 2015

Ceará registra 10 casos de doença paralisante

Neurologista afirma que doença pode levar ao óbito
Após a divulgação de dois casos suspeitos no Estado, a Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa) informou nesta quinta-feira (23), que 10 casos da síndrome de Guillain Barré foram confirmados este ano no Ceará.

De acordo com a Agência Folhapress, existem vários casos registrados da doença no Nordeste brasileiro. Na Bahia 50 pacientes foram confirmados com a síndrome, 14 no Maranhão e seis na Paraíba. Diferente do que foi divulgado nos meios de comunicação, o neurologista Vitor Pacheco afirma que a doença é relativamente comum.

Segundo a Sesa, em relação a anos anteriores, não existe variação significativa de casos, visto que em 2013 foram confirmados 32 casos e em 2014, 38 casos. 

Especula-se que os casos registrados este ano podem ter relação com casos de dengue, chikungunya e com o zika. Para o Ministério da Saúde, ainda não existe nenhuma comprovação científica que relacione a doença com as demais. Para o neurologista Pacheco, “faz sentido especular a relação, pois são doenças virais”. 

A síndrome de Guillain Barré é uma doença viral ou transmitida por bactérias como aCampylobacter jejuni (presente em alimentos mal preparados, como por exemplo, saladas). Apesar de ser viral, Pacheco diz que é necessário um estudo específico para determinar se é o aumento de casos de dengue, chikungunya e zika pode ser responsável pelos casos da doença, registrados no Ceará. 

A síndrome não é infecciosa, mas é necessário procurar um especialista para se tratar. Normalmente, os primeiros sintomas começam nos membros inferiores. Os pacientes sentem fraqueza e perdem o controle das pernas. Além disto, os pacientes podem sentir cãibras. Caso não se busque o tratamento, os sintomas podem aumentar e atingir o restante do corpo. “Se não for atendido, o paciente pode ter inflamação nos nervos da via respiratória e atingir o óbito”, disse o médico.

Sobre o caso suspeito registrado no Ceará, o Hospital Geral de Fortaleza informou que José Magno da Silva foi atendido no dia nove de abril. Realizou exames de sangue, urina e raio-x. Na ficha de atendimento a discriminação da doença consta Deficit Neurológico Agudo. A hipótese de síndrome de Guillain-Barré levantada no laudo ainda não foi confirmada. 

O Cnews procurou o médico responsável pelo diagnóstico, mas nenhuma ligação foi atendida.

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